“Culturing” or die

Vivemos um momento social histórico no Brasil e “nunca na história desse país…”, mas calma, esse texto não vai tratar da Lava Jato, do Sérgio Moro, da Dilma. Deixamos isso pra depois, vamos falar de outro momento social histórico do nosso país, a transformação cultural.

Acho que eu e você já percebemos esse movimento, não me lembro de nada tão profundo como estamos vivendo agora, profundo no dimensionamento sobre o nosso senso crítico das coisas, como podemos através da mobilização e do estabelecimento claro de propósito provocar uma movimentação menos motora e mais transformadora.

Hoje temos também a possibilidade real de transformação mas esbarramos ainda em um elemento crucial, a Cultura. Não cultura organizacional, não. No livro Chief Culture Officer de Grant McCracken é bem explícito quando é dito “…por cultura refiro-me ao mundo que existe do lado de fora da corporação, o conjunto de ideias, emoções e atividades que compõe a vida dos consumidores”.

A seguinte afirmação me leva a refletir em nosso cenário mercadológico e, sem juízo de valores de cargos ou perfis, quantas vezes nos deparamos com um briefing (um pedaço de papel), com uma série de perguntas respondidas e a partir disso tomamos decisões que envolvem, em alguns casos, milhões de reais?

Na maioria dos casos a busca pela evidência real do problema é deixada de lado, não entendemos a cultura que o cliente está inserido, partimos de uma acepção mágica de uma ideia, sem ao menos pensarmos nas pessoas que comprarão aquele produto ou serviço, ou avaliarmos o concorrente do nosso cliente, etc. Mad Men nos seus primeiros episódios mostra isso, é só assistir. =]

Ainda no livro Chief Culture Officer é apresentado o exemplo de David Ogilvy, que antes de fundar a Ogilvy & Mather foi chefe de cozinha, representante de vendas, fazendeiro e espião. Na ótica de Grant McCracken “…essas ocupações oferecem uma janela panorâmica a partir do que é possível aprender sobre cultura. Juntas, elas compõe uma base formadora de um profundo conhecimento cultural, um alicerce antropológico de valor inestimável.”

Voltando essa ótica para o Gestor de Projetos, a cultura a qual estamos inseridos nos força ainda a ser o chefe de cozinha, o representante de vendas, o fazendeiro e o espião (com excelência nessa caso, rs). Hoje o nosso papel, pensando no que culturalmente vemos dentro das agências, ainda força os Gestores de Projetos a executar tudo, a todo momento, o que lhes dá uma vantagem extremamente importante. Ao se apropriarem da mudança de cultura do nosso mercado, para o pensamento projetizado e de construção de soluções práticas para o negócio do cliente, passam a ser catalisadores e assim com vantagens a longo prazo. Já como transformadores da cultura da Gestão de Projetos, deixam o estado de reação para o estado de incubadores de inovação, promovendo soluções e antecipando os tsunamis nos negócios e nos projetos da agência. Sim, acredito que os Gestores de Projeto terão papel importante na transformação da cultura das agências.

 

Mas antes de acabar, assista estes vídeos:

Spotify Engineering Culture – part 1

 

Spotify Engineering Culture – part 2


Ramon Oliveira

Ramon Oliveira

Fomento o compartilhamento do conhecimento, da experiência como entrega prática e da conexão como a transformação real. Fundador do Instituto Mestre GP, também atua como professor.

Oferecimento

Mantenedores

Agências Mantenedoras

Entidades Apoiadoras