O que as mulheres buscam quando o assunto é representatividade na publicidade

76% das mulheres acreditam que seus retratos na publicidade fogem da realidade. Nesse mesmo cenário, homens falam 7 vezes mais e aparecem 4 vezes mais que elas, afirma o Ad Reaction 2019, análise feita pela Kantar. Apesar das lutas diárias e militância femininas, muitas marcas continuam arraigadas a estereótipos antigos e perdem a oportunidade de se tornarem aliadas.

Para guiar empresas a entenderem melhor a necessidade de representatividade, a Kantar divulgou neste ano o estudo What Women Want – Uma análise da Autoestima Feminina no Brasil, que gerou aprendizados para que marcas possam se comunicar melhor e empoderar suas consumidoras.

“Acredito que há casos extremamente positivos de melhorias, mas basta olhar para os setores de cerveja e financeiro para perceber que a caminhada ainda é longa. Principalmente, porque não precisamos apenas de marcas que preguem a diversidade do gênero feminino, mas que também sigam esses preceitos internamente”, disse Valkiria Garré, CEO da divisão insights da Kantar Brasil.

 

Veja os cinco insights do estudo:

  • Revelar histórias não contadas: o primeiro insight é visibilizar às mulheres que tenham sido esquecidas ou intencionalmente excluídas da história. Isso permite criar um vínculo entre o público e mulheres reais que podem servir de inspiração. A marca Pinup Girl mostra modelos de diferentes raças e tipos físicos, celebrando a diversidade feminina sem depender de estereótipos.
  • Clube da Luluzinha: as redes sociais e os espaços exclusivos para o público feminino podem ser uma excelente oportunidade para promover as marcas e obter colaborações e ideias incríveis que surgem quando as mulheres trabalham juntas no seu negócio. Existem já muitos espaços seguros em comunidades e grupos de Facebook que permitem que as mulheres conversem entre si sobre assuntos em comum.
  • Eu sou multifacetada: outro ponto fundamental é mostrar as mulheres tal e como elas são, sem julgamentos e nem censuras sobre como devem ser seus comportamentos. Isso vai além da liberdade de expressão para um verdadeiro encorajamento e celebração de quão estranhas e maravilhosas as mulheres podem ser. É por isso que as marcas devem se preocupar em apresentar as mulheres como criadoras, contribuidoras e administradoras de dinheiro e não simplesmente como “gastadoras”.
  • Além da diversidade: o discurso da diversidade precisa evoluir para o de interseccionalidade, inclusão e representação, tendo muito cuidado com a diversidade inautêntica ou simbólica, aquela que é superficial. A marca precisa realmente mostrar e refletir as experiências de seus diferentes públicos e elaborar campanhas que falem sobre suas preocupações e necessidades.
  • Amplificando vozes: é fundamental dar visibilidade para aquelas mulheres que geraram uma grande revolução ou enormes mudanças, as changemakers. Amplificar suas vozes permite estabelecer uma conexão mais efetiva com o público feminino em geral. O Twitter criou em 2014 um perfil específico para compartilhar e consolidar assuntos e conquistas importantes para o público feminino.
  • Sintonizado com elas: dar o poder para as próprias mulheres transformarem aquilo que é verdadeiramente importante para elas, quebrando os tabus e ignorando as convenções de categoria para inovar de verdade, são desafios chave para que as mulheres se sintam realmente representadas na publicidade dos dias de hoje. As mulheres devem ter a capacidade de assumir o controle de todos os aspectos de suas vidas, tanto do corpo quanto do emocional.

O estudo completo What Women Want está disponível para download aqui.

 

Metodologia

A Kantar realizou uma pesquisa com uma amostra representativa de homens e mulheres brasileiras para explorar os temas identificados no estudo, além de contar com dados de pesquisa semelhante realizada no Reino Unido.


Ramon Oliveira

Ramon Oliveira

Fomento o compartilhamento do conhecimento, da experiência como entrega prática e da conexão como a transformação real. Fundador do Instituto Mestre GP, também atua como professor.

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