Gerenciando o abecedário das gerações

Entre um cronograma aqui, um escopo  ali, os gerentes de projetos acabam se encontrando para prosear entre si de vez em quando e, uma máxima entre a sua maioria é que a gestão de projetos é sobre pessoas.  E quando falamos de nós, “serumaninhos” cheios de expectativas, vontades, frustrações e tudo que nos compõem, não é uma tarefa muito simples em qualquer aspecto da vida.

Quem nunca ouviu que o gerente de projetos tem que ser professor, psicólogo, pai, mãe, rh, etc? Deixando claro que tudo tem limites e ser super-herói não deveria estar no escopo. Levando em conta o que falamos até aqui, será que quando estamos gerenciando um projeto lembramos que as pessoas sendo diferentes, talvez tenhamos que fazer adaptações? Utilizamos as caraterísticas das gerações x, y, z, em nosso favor ou até mesmo respeitamos como pensam?

Já tive a oportunidade de gerenciar times e projetos de gerações bem heterogêneas, que além de ser um desafio, transformou-me em um profissional mais empático. Nessas experiências aprendi que cada um enxerga seu trabalho de maneira diferente, e isso é ótimo. Vai ter aquele membro que tudo que ele venha a fazer precisa ter um significado e talvez ele não fique tão feliz em preencher uma planilha ou fazer a verificação de um material. Também cruzará seu caminho o workaholic que vai ficar até mais tarde para fazer cinco versões do mesmo trabalho, virar a noite (e chegar cansado), pois foi ensinado que a vida precisa ser estável e o trabalho duro é o que vai garantir sua casa, carro, supermercado. Não é raro se deparar com profissionais bem mais experientes, que vão dizer que já viram muita coisa e que isso ou aquilo que você quer trazer “de novo”, não vai funcionar. E qual deles está certo? Todos estão. Não cabe ao gerente de projetos julgar, cabe a ele gerenciar todos da melhor maneira possível, maneira essa que atenda aos objetivos do projeto, da empresa, do cliente e assim por diante. Lembrando que isso vale para todos os stakeholders, internos e externos.

Um dos caminhos que sempre tentei seguir foi o de ter empatia pelos outros, até hoje. Isso me ajuda a entender o motivo real dos problemas quando eles aparecem, e assim resolvê-los da melhor forma, não só momentaneamente, mas a longo prazo.

No meu começo de carreira  ouvi essa frase de um dos caras que mais respeito: – “Não adianta querer coordenar quem não quer ser coordenado”. O ponto aqui é entender o motivo pelo qual isso está acontecendo. Se eu sei que o fulano não está  feliz em fazer uma tarefa mais simples – e deixando claro que isso não significa menos importante – eu não posso tentar passar algo mais desafiador aos poucos? Um outro exemplo real que vivi há muitos anos, foi sobre o processo de revisão ortográfica existente em uma grande agência do mercado. A equipe de revisores pedia sempre para imprimirmos tudo, incluindo as “telas” dos sites, para que a revisão fosse feita. Para nós gerentes de projetos, na época, isso não fazia tanto sentido, pois para a equipe digital o “correto” seria fazer a revisão digital, direto na tela do computador. Mas, como estamos falando de pessoas, comportamentos e gerações, fizemos a adaptação de todo o processo, respeitando a cultura e costumes já estabelecidos na agência.

A parte fundamental é o diálogo. Trocar o membro da equipe é uma opção? Sim, obviamente. Seria correto? Justo? O melhor movimento levando em conta todo o cenário? Imaginando que problema esteja acontecendo com uma pessoa do time, ao contratar outro da mesma geração, o problema talvez não apareceria novamente?

O grande ponto é que quanto mais gerações diferentes trabalhando juntas, melhor. O processo só ganha quando temos visões, experiências, crenças diferentes, sendo elas novas ou já conhecidas. Você só precisa de um pouco de paciência, empatia e adaptações.

Marcos Valeta


Oferecimento

Mantenedores

Agências Mantenedoras

Entidades Apoiadoras