Demitir não é o melhor plano! Refletir, sim!
Depois que a pulguinha da IA te pega, você nunca mais vê as coisas da mesma forma. Na minha última viagem de avião, retornando pra Porto Alegre, depois de 2 dias intensos no evento ProXXIma, estava na fila do detector de metais no aeroporto, enquanto meu cérebro estava borbulhando de tantas oportunidades para aplicar imediatamente no meu dia a dia, e também da empresa.
Enquanto a mente viajava por aí, avistei essa moça da foto abaixo, identificando mala por mala, em busca de itens proibidos de embarque, ou ao menos duvidosos, para uma segunda checagem.

O pensamento veio na hora: O trabalho dessa moça vai acabar. Ela vai perder seu emprego!
Vai parar na fila de mais uma pessoa que vai precisar se adaptar ao novo mercado de trabalho.
Mas quem vai treinar ela?
Ela vai ter recursos para isso?
Ou estamos prestes a aumentar ainda mais a desigualdade social?
Escuto muito que “as pessoas não serão substituídas por IA, mas sim por outras pessoas que sabem usar a IA”. Será que isso vale pra tudo? Talvez não!
Se de um lado há um desafio de adaptação para os profissionais, do outro há um desafio ainda maior, e mais urgente, para os gestores, empresários e empreendedores.
Eficiência, eficiência, eficiência.
Finalmente chegamos à era em que é possível reduzir o “headcount ratio”, ou seja, o número de pessoas envolvidas para cada real que entra na empresa.
Bora demitir. É mais fácil.
Mas será que esse plano vale para tudo? Talvez não.
E quem paga a conta?
Quem é menos favorecido, como sempre.
Desculpa, mas isso não é inteligente.
Gestores vivem reclamando que não têm tempo para mudar formatos, repensar modelos, criar novos produtos. Afinal, já é difícil fazer bem feito o que nos propomos a entregar.
Agora que estamos gerando tempo humano, vamos usar esse ganho para uma solução de curto prazo?
Sim, eu sei. “Não vai ser essa moça que vai transformar meu negócio” Concordo.
Mas… e se ela pudesse fazer parte do plano?
Pra abrir a mente… tenho certeza que na minha e na sua empresa, nem todo mundo tá fazendo apenas seu papel. Faz um pouco o papel de quem está acima e um pouco o papel de quem está abaixo.
E se ela for treinada para assumir outra atividade, que não será substituída no curto prazo?
O efeito cascata positivo começa:
- Alguém deixa de estar sobrecarregado nas camadas acima;
- Uma atividade mal feita ou nunca feita passa a ser bem executada;
- Você atende melhor, melhora tecnicamente um serviço ou ganha tempo para pensar em outras frentes.
- Resultado? Você entrega melhor, atrai mais clientes, vende mais.
Ou seja, se nos deixarmos tomar pela “doença da eficiência”, termo brilhantemente usado pelo neurocientista Edmar Bulla no mesmo evento, perderemos a chance de surfar a verdadeira onda: a de aproveitar a inteligência humana para criar, analisar, comparar, inovar, enquanto a máquina cuida do resto.
Enquanto a IA cria uma tabela, organiza um documento, redige os próximos passos, monta um cronograma (a gente ama, né?), sobra tempo para pensar no que realmente importa.
Então, além da eficiência que a IA vai gerar, é tempo de refletir:
Que outras necessidades estratégicas hoje você não consegue atender por falta de tempo?
Como a IA pode ajudar sua empresa a entregar melhor, atender melhor, montar um produto melhor?
Precisamos mudar a maneira de viver o trabalho! O que importa agora é o que faremos a partir de todos os insumos que a IA tá gerando. Aprimorar o filtro, aumentar repertório, estudar sobre outras disciplinas pra aumentar escuta ativa e empatia com as dores dos negócios dos clientes.
Será que esse plano vale pra tudo? Talvez não. Tenha liberdade e coragem pra pensar o que você e sua empresa vão escrever nessa nova folha em branco que está na sua mão!
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