Desafios das lideranças em agências de publicidade e comunicação

Em qualquer organização, independentemente de sua natureza, as lideranças enfrentam desafios comuns, geralmente ligados à gestão de pessoas. Também, como em qualquer organização, as agências de publicidade e comunicação tem suas especificidades e obstáculos particulares para as lideranças. Além de estar sempre atento às necessidades motivacionais de cada um, preocupado com o desenvolvimento de skills e com problemas comportamentais da sua equipe, os líderes de agências precisam estar ligados aos desafios da tecnologia, da dinâmica com que esse mercado se move, às pressões de clientes e stakeholders, muitas vezes internos, que não compreendem o nível de complexidade das tarefas exercidas pelo time, principalmente no que tange equipes de digital.

Essa realidade dificulta não só a gestão no dia a dia, mas a execução das tarefas por si só.  A falta de assertividade, disciplina e organização de todas as áreas da agência implica ao líder a tarefa de saber como controlar o que é importante e o que é somente urgente. Por exemplo, uma demanda importante se torna urgente quando não é alinhada e entendida de início. Ela deixa de ser feita corretamente, ou dentro do tempo previsto, e na sequência, quando já não se tem mais prazo, ela vira mais um incêndio a ser apagado na pauta da equipe. Dentro dessa realidade, um dos maiores desafios da liderança é priorizar. Ou seja, definir com os envolvidos o que é mais importante, qual a sequência de atividades que devem ser realizadas, no que cada um da equipe deve focar, com o intuito de reduzir as tarefas urgentes que geram tanto estresse e cansaço (o que gera mais entregas erradas, fora do prazo e, claro, mais urgências….).

Dessa forma, um dos problemas recorrentes com o qual a liderança deve lidar é a exaustão de suas equipes. Cada integrante do time sofre com a sobrecarga, o excesso de demandas e falta de prazos. A pressão por uma entrega de qualidade dentro deste cenário causa muito desgaste na equipe, colaborando inclusive para o alto índice de turnover da área.

Para lidar com isso, é importante que a liderança considere fatores como:

  • Seguir etapas e processos: quando cada um da equipe sabe exatamente pelo que será cobrado e já tem passos e padrões a seguir, é minimizada a chance de erro e retrabalho. Lembrando que retrabalho é perda de tempo e prazo, o que gera as temidas urgências;
  • Conscientizar as outras áreas da agência da importância de seguir processo e formalizar etapas: é preciso mobilizar todas as áreas da agência, para que sigam os fluxos pré-estabelecidos. Sempre teremos aquele perfil que desvia os processos, buscando brechas e facilitadores, que no fim, prejudicam o trabalho de todos, principalmente do líder, que é responsável por controlar as prioridades e tarefas de cada um. O “fura pauta” gera o caos dentro da estrutura se não for corrigido. Todos devem entender a importância de seguir os processos e as exceções devem ser geridas com muito cuidado para não se tornarem regra;
  • Garantir as entregas de todos os envolvidos: o líder deve saber delegar, mas não pode deixar de controlar as entregas. Ele é responsável por garantir que cada um entendeu sua missão dentro de uma demanda, e como vai executá-la. Além disso, ele deve ter pontos de controle para se certificar de que cada missão está sendo executada corretamente. Isso evita que ele descubra na data de entrega que algo seguiu um caminho errado, o que geraria (além da frustração da equipe), um retrabalho e uma consequente urgência;
  • Estabelecer modelos e critérios para os insumos que devemos receber do cliente ou atendimento. A construção do briefing é uma das partes mais importantes de qualquer job ou projeto. É preciso que o atendimento e o cliente se envolvam e se responsabilizem pelo projeto junto ao líder e à equipe;
  • Dizer “não”: aqui temos possivelmente o tópico mais polêmico. Como e quando se negar a fazer determinada demanda? A ideia não é deixar o cliente, ou seja, quem for o solicitante da demanda, sem opção. É sim, mostrar soluções coerentes, que estejam dentro do possível de ser feito, levando, obviamente, em consideração se atente à necessidade do cliente. O poder de argumentação e negociação é talvez o mais importante num líder. E, de forma alguma, deve-se comprometer com uma entrega fora do tempo hábil, ou para qual a liderança já sabe que não terá equipe ou recursos para cumprir;
  • “Blindar” a equipe: é importante que se tenha em mente que as “lutas” do líder não devem necessariamente serem as “lutas” da equipe. Não há necessidade de envolver a equipe em nenhuma demanda antes de ter a definição exata do que ela terá que fazer e quando.

 

Todos esses pontos possibilitam uma melhora na qualidade de vida dos profissionais e, por consequência, das suas entregas. Vale à pena investir na organização do processo e principalmente na profissionalização e especialização da liderança, para garantir entregas eficazes no final. O pensamento deve ser o de possibilitar um ambiente com tudo o que a equipe precisa para acertar. Quando isso não é feito, automaticamente está-se induzindo a equipe ao erro, pois não são dados os insumos e “ferramentas” para que a entrega seja feita de forma adequada.


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