Profissionais negros fazem parte da transformação no mercado publicitário

O Mestre GP conversou com Camila Novaes, representante dos Publicitários Negros, sobre o cenário atual no setor publicitário

 

Em 2018, a maioria da população no Brasil era autodeclarada parda, 96,7 milhões de pessoas, em porcentagem de 46,5% do total. Os autodeclarados pretos somaram 19,2 milhões, 9,3%. Ou seja, os negros no Brasil representam 55,8% da população, de acordo com dados divulgados pelo IBGE em maio. Mas, essa maioria está representada no mercado publicitário?

Para conversar sobre este cenário, o Mestre GP conversou com a Camila Novaes, gerente de marketing da Visa e integrante do comitê executivo da Rede de Profissionais Negros. Camila vai participar do Fórum Mestre GP, que acontece em setembro, para debater sobre publicitários negros como parte da mudança no setor publicitário. Veja a seguir a entrevista com a Camila:

 

Mestre GP: Como foi o seu caminho para alcançar os objetivos profissionais? Você acredita que, por ser negra, enfrentou algum obstáculo a mais?

Camila Novaes: Eu tive uma trajetória típica de uma família classe média, estudei em escolas particulares, fiz o colegial técnico na Escola Técnica Federal de São Paulo e cursei uma universidade pública (UNESP). Em todos esses ambientes, eu era uma das poucas negras, só isso já denota o reflexo dos obstáculos que tive que ultrapassar.

 

MGP: O número de profissionais negros preparados para as funções que as empresas exigem está em uma crescente. Mas como você enxerga, na prática, a presença desses profissionais negros no mercado corporativo?

CN: Ainda não enxergamos o reflexo da população brasileira dentro do mercado de trabalho, algo positivo que tenho observado, são as crescentes frentes de discussão internas para mudar este cenário bem como profissionais negros criando ainda mais redes de contato.

 

MGP: Parte da mudança no setor publicitário brasileiro é buscar equidade entre as etnias dos profissionais da área. Assim, qual caminho o mercado pode percorrer para alcançar a equidade racial?

CN: Refletir a representatividade da população brasileira nos cargos estratégicos das agências bem como nas campanhas. Políticas afirmativas auxiliaram na entrada de mais negros nas universidades. Os profissionais negros estão no mercado preparados para assumir posições estratégicas. E na outra mão, as agências precisam estar cada vez mais abertas para receber e acolher estes profissionais.

 

MGP: Que conselhos você daria, hoje, para os jovens negros que almejam seguir carreira no mercado publicitário?

CN: Crie conexões e esteja sempre atento ao mercado, existem diversos grupos, assim como os Publicitários Negros (PN) promovendo debates, conversas, discussões, mentoria e divulgação de vagas. Os grupos são espaços acolhedores e juntos podemos nos ajudar a enfrentar as barreiras existentes.

 

Para aprofundar no assunto, participe do Fórum Mestre GP, o principal e maior evento sobre gestão e projetos para o mercado publicitário.

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