Os desafios da liderança em um contexto de Transformação Digital Ágil

O amadurecimento empresarial após 1 ano da chegada do coronavírus, é percebido através das relações interpessoais – olhamos para as pessoas com outros olhos, mudando também o nosso jeito de enxergar –  na maneira de gerir e liderar – ao entender o quão é necessário mudar percepções no momento em que você se encontra virtualmente com o seu time e precisa mantê-los efetivamente engajados.

Em meio a este cenário, nada melhor do que discorrer sobre o âmbito da gestão, tecnologia e agilidade com duas pessoas que possuem uma grande bagagem profissional. Nossos convidados da vez: Luiza Lima – Gerente Sênior de Produtos Digitais Governança Ágil e Plataformas na Whirpool e Wilson Negrini – Head de Desenvolvimento de Negócio na CP+B discursaram o tema: Os Desafios da Liderança em um Contexto de Transformação Digital Ágil no Mestre GP ao Cubo – o streaming da gestão.

Em qual tempo verbal a transformação digital ágil se encontra?

A transformação ágil não é um tema novo, se analisarmos como um todo, este assunto abrange alguns anos da história do mercado. São mais de 20 anos tentando transformar a cultura empresarial com base nas revoluções que ocorreram no passado e por isso, o assunto que engloba agilidade em si, é considerado um tema atual.

Luiza acredita que, a maioria das empresas que trabalham com agilidade, enfrentam dilemas de implementação através de uma cultura que transforma e faz acontecer mudanças evidentes na organização. “Em questão de cultura, podemos ser considerados como um “bebê”. Este assunto não é um tema novo, mas é um tema atual e que deve permear o agora e os próximos anos pela frente.” Comenta Luiza. 

Wilson acredita que a agilidade precisa seguir o modelo comportamental sobre como as coisas acontecem e como os consumidores agem para que assim, possamos corresponder com rapidez e relevância perante necessidades diferentes.
“Tanto em agência quanto em clientes, consigo perceber o processo de transformação. Alguns modelos e estruturas acabam sofrendo um pouco mais que outros. Adaptação em diferentes modelos para diferentes necessidades é o nosso presente e futuro, a metodologia ágil existe para esta adaptação” finaliza Wilson.

Evolução e revolução dentro dos negócios

As dinâmicas do meio corporativo sofrem mudanças constantes e refletem cada vez mais a complexidade das organizações. Os desenvolvimentos tecnológicos intensificaram-se através do aumento das exigências dos consumidores, por outro lado, esses avanços podem corresponder a incertezas para a organização.

Falar sobre futuro na era VUCA (Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade) torna-se desafiador. Será que a transformação possui elementos importantes sobre revolução dentro das companhias?
A revolução destrói o que você constrói e se reinventa. A questão da transformação é um item importante sobre a revolução nas companhias, já que a evolução é construída em cima disso.

Para Luiza, a agilidade trouxe uma revolução na companhia, visto que muitas coisas em que acreditávamos, vem sendo destruídas e devemos novamente aprender sobre, como por exemplo, o nível de hierarquia e o jeito de liderar mudaram, podendo assim, ser considerado uma revolução. “Por mais que eu prefira uma evolução e não revolução, o significado de agilidade no presente é isso… A agilidade revolucionou o jeito de trabalhar e agir, e agora temos uma mistura de tudo, tendo em vista que os times multifuncionais também entram.”

Ao comentar sobre times multifuncionais, Wilson relata que:  “O time inteiro faz parte no desenvolvimento do trabalho, e nas agências, não há tamanha estabilidade para resolver um processo único. Uma das belezas ao viver este presente, é a inexistência do certo e errado e sim, do que realmente funciona. É necessário moldar-se de diferentes maneiras, assim como aprender a lidar e desenhar projetos em diversos processos. Existem clientes que já nasceram em agilidade, os desenhos da agência precisam respeitar o momento destes clientes.”

A empresa se torna evoluída ao utilizar agilidade?

Quando pensamos em agilidade e revolução, a agilidade é encarada como mandatório. Podemos considerar que as empresas são ultrapassadas se não usar agilidade nos processos? Sabemos que o mercado amadureceu e agora, entendemos que nem tudo cabe e irá funcionar ao ágil. Muitas vezes o que poderá funcionar em sua empresa é o processo tradicional.
Wilson conta que nas agências, há uma necessidade menor de saber o método usado, o importante é a entrega final ao cliente, porém, se o processo da agência é incômodo, a entrega afetará o cliente.

Luiza expõe sua opinião dizendo que: “Você não precisa ter um time ágil para aplicar um mindset ágil. O mindset de agilidade precisa de cultura de experimentação e conexão contínua com o consumidor. Antigamente não conhecíamos as pessoas que faziam o site da empresa e hoje tiramos todas as pessoas das caixinhas e colocamos num time. Seja você UX ou UI, vamos trabalhar juntos e pensar na resolução do desafio.”

Na transformação digital ágil, quais os principais déficits na  evolução do líder?

Luiza comenta que o principal déficit da liderança na transformação ágil, é a própria liderança e enumerou alguns pontos específicos.
Acompanhe:

  • Movimento: Não é gestão, não é gerir. Quando você cria times que se auto gerem, o que você faz? Líderes precisam ter atitudes de consultores de confiança e community building. São pontos que devem ser ornados, senão a empresa será fragmentada. Onde está a sua  comunidade dentro da companhia?  Busque por pessoas que conseguem liderar os temas de trabalho.

  • Diagnóstico: Olhe onde você está , quem é o seu time e entenda qual o cenário destas pessoas. É necessário ter uma visão para traçar movimento, levando as pessoas “de a para b. Dentro da transformação ágil tem movimento, porém existe o  déficit.  Faltam métricas e métodos de eficácia para ver se está gerando valor, produção, saúde e felicidade da equipe O gestor não pode ir na intuição, é necessário medir.

  • Clareza de visão: Quando você não está ocupado na gestão do time, você deve olhar para o futuro, e isto leva tempo. Construa uma visão que faça sentido estar ocupado com o que de fato traz valor.

  • Cultura do erro: Raras empresas nascem abertas para errar. O mundo corporativo padrão está se transformando, sendo necessário alinhar com o time que vocês irão errar agora para não errar depois. Reflita nas perspectivas utilizando as métricas. É importante insistir, aprender com o erro e voltar para o jogo.

Como grandes líderes, o que vocês esperam dos liderados?

Wilson acredita que esta é uma pergunta difícil de ser respondida, já que tudo depende do nível que você precisa trazer para a empresa naquele momento.
Ele resume em 4 características:

  • Sem qualquer tipo de preconceito;
  • Flexíveis para testes em diferentes modelos de processos;
  • Adaptável e constante;
  • Dispostas ao aprendizado.

Luiza reporta aos atributos abaixo:

  • Empatia –  Todos estão aprendendo, inclusive o líder;
  • Resiliência – Vai ser difícil! Sair da zona de conforto é desconfortável. estamos mudando e isso faz parte.
  • Feedback- precisamos entender como estamos caminhando e saber aceitar
  •  Protagonismo – Ajudar a liderança a resolver algo em conjunto deles.

Assista o conteúdo completo desta live e fique por dentro do universo da Gestão, Cultura, Liderança e Processos através do Streaming da Gestão – Mestre GP ao Cubo.


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